domingo, 21 de setembro de 2014

Rio de Janeiro - RJ

Fim das férias de julho e a segunda visita à Chapada Diamantina estava esquematizada.
Devido inúmeros problemas com os pets, por recomendação da médica (veterinária), desistimos.

Passada a tempestade e os bichinhos recuperados, resolvemos aproveitar os últimos dias de folga.
Primeira semana de agosto.

Passagem em cima da hora (no dia 31 de julho) custa um rim.
Ainda bem que tinha dois.
Conseguimos uma "promoção" na TAM, que agora nem lembro quanto foi (e prefiro esquecer).

Rio de Janeiro!

Nunca quisemos conhecer o Rio. Na verdade, rolava um certo preconceito por ser "lugar que todo mundo vai". Pura besteira de gente maluca.

Em 3 horas fiz roteiro, reservei hospedagem, paguei tickets de passeio e deixei a mala quase pronta.

Ao chegar, pegamos um daqueles ônibus chiques que tem na maioria dos aeroportos. Geralmente com destino para a área hoteleira da cidade.
Custou uns R$ 8,00 e o motorista era super atencioso (como todos os motoristas deste tipo de ônibus).

Primeira impressão: Táxi!
Nunca vi tantos juntos! Tem mais táxi do que gente. Chega a ser bonitinho, aquele aglomerado de pontinhos amarelos.
São muitos, muitos mesmo!!!

Táxi??

A noite de sexta terminaria com uma caminhada na Lagoa Rodrigo de Freitas.
O cansaço falou mais alto. Gritou, praticamente.

A hospedagem foi no Copacabana 4 U Hostel. Escolhido no Booking.com.

Vantagens:
*Em Copacabana, perto do Copacabana Palace (que serve de referência pra quem se perde);
*Preço excelente (e era alta temporada);
*Ao lado da estação de metrô Cardeal Arcoverde (e isto foi importante!)
*Dentro de uma espécie de condomínio fechado, de prédios, com porteiro na cancela e tudo mais.

Desvantagens:
* É hostel! E como todo hostel, tem a garotada animada pelos corredores. Era 21h de um sexta e eu só queria cama. A molecada queria festa. Dormi tão acabada que nem ouvi barulho.

Ficamos com em quarto de casal com banheiro privado. Meu espírito aventureiro é tímido demais pra dormir/dividir banheiro com estranhos no mesmo quarto.

Ruazinha simpática do Hostel


Saímos cedinho no sábado e estava frio pra caramba.
Nosso roteiro baseou-se em pontos turísticos que pudéssemos usar sempre o metrô.
O site foi o guia: Metrô do Rio.



Compramos antecipadamente os ingressos para o Corcovado. Nossa primeira parada.
Metrô + ônibus.

Fácil!

Notei uma quantidade grande de floriculturas pelo caminho. Super organizadas. Uma fofura!

Quase dá pra ver a floricultura
A proposta era mostrar a floricultura, escondidinha ali, e não o tiozinho.

Saímos cedo com medo de atrasar e chegamos 2h antes do horário do primeiro trem: 09h.
Detalhe: comprar pela internet já define o horário de embarque.
Por sorte, colocaram um extra e subimos às 08h.




O trenzinho tem cadeiras viradas para trás, no lado direito.
Como no lado esquerdo dá pra ver o Cristo, corri logo e garanti meu lugar nas cadeiras viradas para frente. Jurando que era vantagem.




Escolha errada. Durante toda subida só vi floresta e floresta.
As pessoas da cadeira invertida tiveram uma vista fantástica, que não consegui registrar (pq escolhi o lado errado). Lado esquerdo, nunca mais!

Achei interessante a quantidade de turistas. Pouquíssimos brasileiros. Gente de todo lugar do mundo. Valoroso viver aquilo.
Percebi que "tira minha foto" é universal.

Lagoa Rodrigo de Freitas


Frio! 



Fiquei encantada! A paisagem é impressionante. Nem a neblina tirou o brilho.

Um ponto que "incomodou" foi a expectativa que criei.
Acreditava que existiria um quê de espiritual, no que diz respeito ao comportamento das pessoas. Algo com orações, pessoas meditando, velas, clima silencioso e de recolhimento, sei lá! Não sei de onde tirei isto, mas era o que esperava.

O que vi foi um aglomerado de pessoas, falando tantos idiomas que nem consegui reconhecer alguns, lutando por espaço para tirar foto.
O Cristo Redentor é um ponto turístico. Nada mais que isto. O pessoal estava "nem aí" pro Cristo. Só era importante que ele saísse nos selfies.

Pra não dizer que a espiritualidade estava zerada, embaixo do Cristo tem uma capela minúscula.
Quatro senhorinhas rezavam o terço, visivelmente incomodadas com aquele barulho estilo "Torre de Babel"




Tomamos café no Corcovado mesmo.
Uma camiseta daquelas "Estive no Rio e lembrei de você!" custa R$ 60,00 no Corcovado. Ahh, vá! Não tinha outro rim disponível.

Suco com pastel de vento e queijo: café da manhã da classe menos abastada

Ficamos um bom tempo sentados, só sentindo o lugar. A vista é impressionante e não pedia pressa. A ideia desta viagem foi de "curtir o ambiente".



Crente que desceria no lado bacana do Trem, peguei as cadeiras erradas novamente. Desta vez foi pq chegamos por último. :/ Mais floresta até desembarcar na estação!



O ticket do bondinho para o Pão de Açúcar também estava em mãos. Comprados pela internet. Vale frisar que, diferente do trem do Corcovado, com este ticket pode-se ir em qualquer horário.

Uma surpresa: são dois morros! Primeiro o bondinho vai até o Morro da Urca e, lá chegando, pega-se outro para o Pão de Açúcar. Que é muito mais alto.
Foi novidade pra mim. Pensei que era direto para o Pão de Açúcar. #soumatuta

Morro da Urca e Pão de Açúcar

Subida do Bondinho. :)


Rapel para corajosos


Desde já, gostei muito mais do Morro da Urca do que do Pão de Açúcar. É mais arborizado e, por tabela, com bastante sombra. Umas trilhas pequenas e agradáveis. Em todo lugar depara-se com alguma vista exuberante que o Rio oferece.




Rumo ao Pão de Açúcar


A visão a partir do Pão de Açúcar é fenomenal. O Rio de Janeiro continua lindo...


Gostei menos do Pão de Açúcar (embora a vista seja espetacular) pq o sol começou a castigar e não oferece abrigo pra tanta gente.
Meio-dia e a gringalhada espremendo-se pra não virar tostadinho.
Lanches cobiçados, pouco sofisticados (pelo que se cobra) e demorados.



O Rio de Janeiro continua sendo...

Passeio de helicóptero durante 6 minutos: R$ 240,00 por pessoa.
Ficou pra próxima!
Nem tanto pelo valor. O tempo de vôo é uma falta de respeito. 6 minutos?

Olhando para o Morro da Urca




Perdi meu óculos e precisei comprar outro. Pra resolver, fomos almoçar no shopping e emendamos no cinema.
Eu sei! Com mil coisas pra ver no Rio e tal... e eu indo pro cinema.
Mas eu gosto!

Esta foto foi pra comprovar que existe cinema pior do que o do Shopping Farol, em Maceió, que é um pouco maior que a televisão da minha casa.
(se reformaram recentemente, desconsiderar!)
Enfim... que tela de 14 polegadas é esta???


Terminado o filme, o próximo ponto era o pôr do sol no Arpoador.
O trecho "Vago na lua deserta nas pedras do arpoador" grudou na minha mente e fui empolgadíssima.

Chegamos em cima da hora e vimos que o negócio era grandioso mesmo. Muita gente!! Corremos pra garantir um lugar legal.




Encantador!
O sol despedindo-se sob aplausos.
Adoro este efeito que a natureza provoca nas pessoas. =)

Existe uma trilha para o topo da pedra e é claro que eu queria ir até lá. Afinal de contas, Cazuza foi e recomendou.
Desistimos no meio da subida.
Enquanto avançávamos driblando a multidão que descia, o cheiro, aliás, em bom nordestinês, a catinga da moléstia acentuava-se. Fedor de xixi, cocô e o que mais tivesse.
Fiz umas fotos e desci correndo.
Cazuza, vc foi um herói por aguentar aquela inhaca.

Multidão no Arpoador



Ainda no Arpoador

Voltamos ao hostel para um banho rápido.
A noite, que seria na Lagoa Rodrigo de Freitas, foi trocada pela orla de Copacabana. E valeu a pena!

Jantar!

A orla de Copacabana é agradabilíssima.
Esportes pra todos os gostos, bares, turistas interessantes... Muito legal pra quem quer só sumir da vida real e relaxar num ambiente novo. Nosso caso!






Outra coisa bacana sobre o Rio: é a cidade mais bem servida destas bicicletinhas do Itaú (que é a única coisa boa que o Itaú oferece).
Planejamos fazer Copacabana - Ipanema - Leblon.Tudo pela orla.
Mudamos de ideia quando o calçadão de Copacabana foi terminando e ficou um pouco esquesito. Voltamos.
13 km rodados com muita satisfação.




No mar estava escrito uma cidade.


Referência pra achar o meu hostel :p


7 pra Alemanha! 

Foi uma noite bacana. Os cariocas são muito alegres.
Garçons, ambulantes, vendedores... todo mundo trata o turista bem. Até os mendigos nos trataram bem. Sério!
E nem vou falar dos taxistas. Uma gentileza só!

A pedalada foi muito proveitosa, exceto pelos R$ 10,00 que pagamos por um picolé da Kibom. Um roubo!!
Ultra-cansados, hora de voltar e dormir.



Domingo!

Pegamos o metrô cedo, com o propósito de passear no bondinho de Santa Tereza e conhecer os Arcos da Lapa.
Sim! A Lapa é famosa pelos bares noturnos, mas não era nosso interesse.

Passamos no Teatro Municipal, que estava fechado e cheio de estudantes fazendo fotos para album de formatura. Nem chegamos perto.

Por sorte, encontramos um alagoano bacana que explicou sobre o bondinho parado para reforma e que numa manhã de domingo é muito perigoso ir para Lapa.
Tchau, Lapa!

Seguimos para a Confeitaria Colombo e... fechada!
Já estava começando a ficar chateada.

Caminhamos bastante pelo Centro. Parado, sem trânsito, fechado, e, mesmo assim, muito atrativo. Bonito mesmo!

Conforme programado, o próximo ponto era o Centro Cultural do Banco do Brasil. CCBB, para os íntimos.
Soubemos de uma exposição da obra de Salvador Dalí e fomos atrás.




Confesso que entrei nesta exposição com o conhecimento básico e ínfimo. Só lembrava dos quadros "populares" e ponto.
Saí transformada.
Os quadros, por si, hipnotizam.
E quando aparece um guia, explicando detalhes e mostrando dezenas de características e mensagens subliminares, fica melhor ainda.
Infelizmente era preciso escolher entre ouvir o guia ou olhar o quadro. Muita gente!
Resolvi apreciar por conta própria.


Resumindo, o cara era genial. Desenhou, escreveu, produziu, fez roteiro de filme, pintou e bordou.
Inclusive, escreveu o roteiro do filme polêmico L'âge d'or, que é título de uma música da Legião Urbana.
(Observação quase útil!)




A despedida encheu minha bagagem de informações sobre surrealismo, simbolismos e um retrospecto fantástico da vida de Salvador. Foi uma experiência sensacional.
Exceto pelo frio danado.
Ajustaram o ar condicionado para "frio polar".
Fora isto, excepcional.

A exposição foi tão envolvente que perdemos a noção do tempo. Esquecemos até da hora de almoçar.
Seguimos pelo Centro, admirando algumas construções.




Nesta altura do campeonato, meu pé era só bolhas. A sapatilha machucou em todos os pontos possíveis.
Fomos providenciar uma sandália.
Comprei a primeira que vi com o número 39.
E percebi tarde demais que era 39 nos Estados Unidos. No Brasil é 37. :'(
Como a fila de trocas seria perda de tempo, encarei e não fui muito feliz. No fim, meus pés estavam mais machucados. Foi uma tortura.


Seguimos para o último passeio do programa (a Lagoa Rodrigo de Freitas já estava cortada da lista).



O que sabia da Quinta da Boa Vista era: pedalinho (já ganhou 50% da minha intenção de visita), foi residência da família Real e... zoológico! (ganhou 200% da minha intenção).



O lugar é agradável e familiar. Criança brincando, casais namorando, meninada praticando esporte. Passeio pra quem quer aproveitar o repouso.


Imperatriz Leopoldina


Aproximando-se das 16h e a fila do Museu Nacional estava gigante.
Fecha às 17h.
Quase desistimos.
Acreditava que eram apenas móveis, roupas e utensílios da família real portuguesa. Estava interessada, mas não tanto pra encarar aquela fila.
Pra minha felicidade, fiquei.





Bom, de tudo que visitei no Rio de Janeiro, o único passeio que faria questão de repetir é o Museu Nacional.
O Museu Nacional de Arqueologia e Antropologia me deixa sem adjetivos pra descrever.
Uma quantidade imensa de informações sobre ciência e cultura. Não só do Brasil, mas uma carga gigantesca de objetos, histórias e curiosidades sobre as primeiras civilizações, especialmente da América do Sul.
Incas, Maias, Peru, Colômbia, Brasil, tribos indígenas de todos os estilos, armas de guerra, vestuário, fósseis, tudo!

Fiz exatamente o que não deve-se fazer em um museu. Corri. Eu precisava ver tudo em menos de 1h.
Numa tentativa desesperada de entrar em todos os ambientes (e são muitos) e absorver tudo, não consegui ler nada das informações importantes, infelizmente. :(






Como estava enganada, poucos itens da família real.










Hora de encerrar o expediente. :/

Uma coisa é certa: volto para um dia inteiro de Museu Nacional.
É o ponto turístico que toda criança deveria conhecer. A carga histórica e muito pesada. Um bombardeio de informações acompanhadas do objeto, do físico. É fascinante!


O Cristo é lindo! Copacabana é linda! O Rio de Janeiro é lindo!
Mas nada disto vai somar tanto quanto uma visita ao Museu Nacional, na vida de uma criança.
E foi assim que me senti.

Na saída, fomos contemplados com uma barulheira organizada dos passarinhos. Consegui filmar só este pedacinho.


Não fui ao zoológico, não brinquei no pedalinho. Saí resmungando sobre o absurdo de não poder ficar mais tempo no Museu. :(

A sandália 37 estava castigando a ponta dos meus dedos.
Aproveitamos o restinho da tarde pra comer pipoca e algodão doce na beira de um laguinho, jogando conversa fora (falando do Museu!), observando os patinhos e esperando a noite chegar. E chegou logo!




Desistimos de qualquer possível passeio noturno. O dia foi cansativo demais.
Arrumar a mochila, dormir e esperar o táxi às 03h30 da manhã. :p

Foi um fim de semana massa!

=D


O que posso dizer sobre o Rio de Janeiro...

lindo de verdade! É surpreendente!

*Tudo custa caro.

*Bastante acessível. Não tem como perder-se e o sistema de transporte é maravilhoso.

*Sofri com almoço no shopping. Difícil encontrar opção sem carne.

*Carioca é educado, simpático e generoso.

*Nunca vi tanta gente tatuada. Nada contra, obviamente, mas chamou atenção.
Velhinhos, jovens, todo mundo tatuado. Muito curioso! :)

*Pouco uso de camisas de time de futebol.
Como o Flamengo é paixão nacional, acreditava que era roupa padrão da população.
Nada! Tem mais gente com a camisa do Flamengo em Maceió do que no Rio de Janeiro.
Em Recife usam-se camisa de futebol pra ir à aula, shopping, trabalho, aniversários... só não vi em casamentos e batizados.

* Resolver não alugar carro não foi má escolha. Em nenhum momento metrô/ônibus/táxis/bicicletinhas atrapalharam.

*Já falei que tudo é caro?
Mas vale cada centavo!! =D





Você já foi até o Rio, neguinha? Então vá! Então vá!
- Lenine